AUTO-POEMA
A tarde de musgo imprime
sua caligrafia de sol
sobre os labirintos sombrios da cidade
e desnuda o caos urbano.
Assustado fujo do mêdo e da angústia das ruas
e me refugio no silêncio fetal do alpendre
onde as horas plantam sementes de tédio
na lavoura arcaica do tempo
e vejo a tarde descambar para o poente
enquanto inquietas andorinhas tentam
pintar ainda com fiapos de sol
as linhas tênue do horizonte.
(Autor desconhecido)